A diretora carioca Márcia Faria teve torcida brasileira neste sábado (22) para a exibição de seu curta-metragem “Estação”, que concorre à Palma de Ouro da categoria, nesta 63ª edição do Festival de Cannes. Com um olhar lírico, o filme conta a história de uma moça que chega a São Paulo vinda do interior para tentar a vida como atriz de novela e acaba morando na Rodoviária do Tietê, a segunda mais movimentada do mundo.
Márcia já trabalhou como assistente de direção em filmes de Walter Salles (“Abril Despedaçado”, “Diários de Motocicleta”), Hector Babenco (“Carandiru”) e Sérgio Machado (“Cidade Baixa”, “Quincas Berro d’Água”). Estreou no cinema como continuísta em “Os Trapalhões no Auto da Compadecida” (1987), dirigido por seu tio Roberto Farias. A ideia para “Estação” surgiu ao entrevistar atores para o elenco da série “Alice”, da HBO.
“Uma das entrevistadas era uma moça que veio a São Paulo e até conseguiu trabalhar por um tempo no elenco de apoio de uma novela do SBT. Contou que não queria ficar num hotel barato e preferia morar na rodoviária”, conta Márcia. “A rodoviária é como o labirinto interno da personagem. Meu desafio foi entender como uma pessoa transforma um lugar tão público na sua casa, o seu lugar mais íntimo”.
“Estação”, que tem produção da Gullane (a mesma de “Carandiru” e “As Melhores Coisas do Mundo”), concorre com mais oito curtas à Palma de Ouro, entre eles estão três fortes concorrentes da América Latina: o chileno “Blokes”, de Marialy Rivas; o cubano “Maya”, de Pedro Pío Martin Ferez; e o argentino “Rosa”, de Monica Lairana.