O Vaticano finalmente fez as pazes com os Beatles, ao dizer que o uso de drogas, as vidas "libertinas" dos músicos e até mesmo a declaração de que banda era maior que Jesus ficaram para trás, enquanto a música sobrevive.
O jornal do Vaticano, "L'Ossertavore Romano", prestou homenagem ao quarteto inglês em sua edição do fim de semana que passou com dois artigos e um desenho na capa que reproduziu a imagem da capa do disco "Abbey Road", com os músicos atravessando a rua.
O tributo marcou o 40º aniversário da separação dos Beatles.
"É verdade, eles tomaram drogas; por conta do sucesso, viveram sem inibições", disse o jornal. "Eles até disseram que eram mais famosos que Jesus", disse ao lembrar do episódio no qual o comentário de John Lennon ofendeu muitos católicos.
"Mas ao ouvir as canções, tudo isso parece distante e sem importância", afirmou o "L'Ossertavore Romano". "As belas melodias que mudaram para sempre a música pop e ainda nos emocionam vivem como uma pedra preciosa."
Essa não é a primeira vez que o Vaticano celebra a banda de Liverpool.
Há dois anos, o Vaticano elogiou o legado musical dos Beatles pelo aniversário de 40 anos do "White Album". E no mês passado, o disco "Revolver" foi incluído em uma lista dos 10 melhores discos.
Agora, a publicação disse que as músicas dos Beatles passaram pelo teste do tempo, e que a band segue como "o mais consistente e representativo fenômeno da música pop".
Giovanni Maria Vian, editor do jornal, disse nesta segunda-feira que ama os Beatles.
Ele disse que na época da declaração polêmica de Lennon, o Vaticano comentou que "na verdade não era muito escandaloso, pois o fascínio de Jesus era tão grande que atraiu os então novos heróis da época".